O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quarta-feira (24), de uma carreata no subúrbio ferroviário de Salvador com o candidato petista à prefeitura da cidade, Nélson Pelegrino. No fim do percurso, de 15 quilômetros, houve um comício em um clube do bairro Paripe. Durante o seu discurso, Lula, que faz aniversário no próximo sábado (27), véspera da votação, pediu como presente a eleição de Pelegrino.

“No sábado faz dez anos da primeira vez que eu ganhei as eleições para presidente da República. E eu vou completar 67 anos e parecendo um menino de 30. No meu aniversário, eu queria pedir do fundo do coração para vocês: a eleição de Nélson Pelegrino para prefeito”, declarou.

Lula ironizou o fato de ACM Neto (DEM), adversário de Pelegrino, ter dito que seria capaz de lhe dar uma surra. “Eu não vou falar mal de ninguém, mas tem um companheiro aí, que está concorrendo com o Nélson, que disse que ia me bater. Eu jamais iria brigar com ele, porque se eu batesse nele, seria uma vergonha, e se eu apanhasse, (seria) uma vergonha e meia”, disse o ex-presidente.

Lula disse ainda que o candidato do DEM conta “uma mentira sórdida ao afirmar que seu avô esteve por trás da criação do programa Bolsa Família. Em sua campanha, o candidato do DEM afirma que, em 2001, o então senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) criou o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e assim criou o embrião do programa de transferência de renda. De acordo com o ex-presidente, o “o Bolsa Família” de ACM não foi repartido com o povo e “ficou só com uma família (Magalhães)”.

A plateia cantou para Lula o “parabéns para você”. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), puxou uma outra canção tradicional de aniversário, conhecida como “chegou a hora de apagar a velinha”.

Durante o trajeto, iniciado no bairro Calçada e cujo desfecho foi em Paripe, Lula encontrou alguns cabos eleitorais de ACM Neto e dois trios elétricos enfeitados com adesivos do DEM. Após discursar, o ex-presidente viajou para Cuiabá (MT), onde vai reforçar a campanha do candidato Lúdio Cabral, do PT.

Projetos – Em seu pronunciamento, Pelegrino afirmou que a eleição deste ano é fundamental para a vida da cidade, pois estão em jogo dois projetos de governo, o seu e o do carlismo. “O nosso representa a mudança de Salvador”, disse. “O subúrbio ferroviário foi abandonado, os postos de saúde não têm médicos nem remédios. O nosso projeto tem como prioridade governar para os mais necessitados”, declarou. De acordo com ele, Salvador é a capital nacional do desemprego e da informalidade.

Pelegrino criticou os governos carlistas, que, segundo ele, pouco fizeram para a Bahia e Salvador. Ele prometeu uma série de medidas como a criação de 138 creches e a abertura de 100 mil vagas em cursos profissionalizantes. Por fim, conclamou a militância a fazer “uma grande onda vermelha” até domingo.

A candidata a vice do petista, Olívia Santana (PC do B), disse que na gestão de Antônio Imbassahy na Prefeitura (1997-2004) fiscais da prefeitura tomam mercadorias de camelôs. “Sangravam o trabalhador que nada tem. À época no ex-PFL, Imbassahy, hoje no PSDB, apoia ACM Neto.

Militante do movimento negro, ela fez uma referência à companheira de chapa do demista, Célia Sacramento (PV). Também ativista do mesmo movimento negro, Célia foi criticada por se aliar a um candidato de um partido que, no primeiro semestre deste ano, ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as cotas. “Eu tenho lado e jamais mudei dele. Teve gente que mudou, foi para o lado da conveniência’, afirmou a comunista. (Do IG Bahia – João Paulo Gondim )

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