Do Luis Nassif
Nos próximos dias, provavelmente, o esquema de pirâmide da TelexFree será desbaratado e seus mentores detidos. É possível que seus bens (visíveis) sejam bloqueados. Mas terá sido em vão para mais de um milhão de pessoas que caíram no mais abrangente golpe financeiro da história do país. Apenas em 2012, o esquema movimentou R$ 300 milhões.
Durante semanas o Ministério Público ficou discutindo se o tema era da alçada federal ou estadual. A Polícia imersa em indagações se era crime contra a economia popular, portanto afeita à Polícia Civil, ou crime mais abrangente, de responsabilidade da Polícia Federal.
Enquanto pipocavam notícias de todo o país, de famílias vendendo até casa própria para aplicar no golpe, o Banco Central indagava-se se deveria entrar na parada, já que a TelexFree mexe com poupança popular mas não é uma instituição financeira. E a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dizia que, só após provocada, faria alguma manifestação. Desde janeiro a Secretaria Nacional de Direito do Consumidor está perdida, analisando um produto que é auto-definível: basta analisar o modelo de vendas para saber se é golpe.
Na era da Internet, há necessidade de se montar procedimentos rápidos para evitar a explosão dos prejuízos populares. Para tal, é importante entender como foi montado o golpe
Os golpes clássicos com pirâmide
Os golpes com pirâmides são antigos e obedecem, quase sempre, à mesma lógica.
1. Escolhe-se um produto qualquer . E monta-se uma primeira lista de supostos vendedores com 10 nomes. Como o trapaceiro está iniciando o processo, provavelmente os 9 primeiros nomes da lista são clientes fantasmas, criados por ele.
2. As dez pessoas que receberam a lista, pagam o bônus para o primeiro da lista. Depois, montam uma nova lista, na qual o primeiro nome é excluído e a pessoa coloca o seu próprio nome no 10o lugar.
3. A nova lista é vendida para novas dez pessoas que pagam o primeiro da lista e montam novas listas, incluindo seu nome no 10o lugar. E o nome de quem vendeu para elas no 9o lugar.
4. Portanto, a primeira pessoa a quem a lista foi vendida terá que esperar nove rodadas, antes de começar a receber o retorno.
5. Quando chega sua vez, os primeiros compradores conseguem ganhar bom dinheiro, à custa dos que entraram depois. Cria-se a fantasia de que todos ficarão ricos. Ocorre que o crescimento da pirâmide é insustentável. Chegará uma hora em que não haverá mais incautos para adquirir a pirâmide e ela quebrará, deixando grande parte dos usuários no prejuízo bravo. Estudos estatísticos estimam que, em cada pirâmide, 88% dos participantes perderão dinheiro.
Confira na tabela.
Uma corrente na qual o membro do grupo precise vender para 10 pessoas, na 5a rodada exigirá 100 mil pessoas para não quebrar. Na 7a rodada, 10 milhões de pessoas. Na 10a rodada, 10 bilhões de pessoas.
Os golpes da pirâmide, ou corrente da felicidade, são antigos no Brasil. No caso de golpes, o produto ofertado pouco importava. A receita da corrente consistia no pagamento efetuado pelos novos aderentes aos que entraram primeiro.
Nos anos 60, houve uma corrente famosa com LPs de Johnny Mathis. E outra com sapatos Samello. Em 2006, a Irlanda foi vítima do golpe da pirâmide.
O esquema Ponzi – O mais famoso golpe da pirâmide do século passado foi o “esquema Ponzi”, criado pelo criminoso norte-americano Charles Ponzi. Imigrante italiano, Ponzi chegou aos Estados Unidos em 1910. Descobriu que selos de carta de outros países poderiam ser utilizados nos Estados Unidos – e eram mais baratos. Montou uma pirâmide, então, para vender selos estrangeiros nos Estados Unidos.
Em fevereiro de 1920, o esquema tinha lhe rendido US$ 5 mil; em março, US$ 30 mil; em maio US$ 420 mil; em julho US$ 1 milhão. Foi uma febre que se espalhou por todos os Estados Unidos, levando famílias a venderem suas casas para entrar no jogo.
A corrente quebrou, Ponzi foi detido, pagou fiança e fugiu para o Rio de Janeiro, onde terminou seus dias como representante de linhas aéreas. Morreu em 1949, em um hotel para indigentes no Rio.
O esquema Madoff
O esquema Bernard Madoff foi mais sofisticado, pegando apenas milionários. Sua empresa oferecia oportunidade de investimentos que rendiam 1% ao mês – alto para os padrões internacionais, não tão alto que pudesse despertar suspeitas de golpe. Os fundos de Madoff não pagavam rendimentos todo mês. Os investidores acoampanhavam o saldo através de extratos. Só obteriam o saldo completo se resgatassem o dinheiro e saíssem do fundo.
Com os recursos que ia recebendo de novos clientes, Madoff ia pagando clientes que saíam da corrente.
Esses recursos eram administrados por um fundo não ligado diretamente ao banco de Madoff, para ficar ao largo da fiscalização das autoridades.
Estourou em 2009, levando prejuízo a muitos investidores, inclusive a brasileiros. No Brasil, seu fundo eram vendido pelo Banco Safra e pelo Santander.
O esquema Boi Gordo
O último grande golpe de pirâmide no Brasil foi o das Fazendas Reunidas Boi Gordo. Foi montada por Paulo Roberto de Andrade, de Santa Cruz do Rio Pardo.
Historicamente, a engorda de bois rende 10% em 18 meses. A Boi Gordo oferecia aos investidores a possibilidade de ganhos de 38% ao ano.
Era o velho esquema da pirâmide, na qual o dinheiro dos que entravam bancava os investimentos dos primeiros que entraram no jogo.
A diferença da TelexFree é que, no caso da Boi Gordo, havia alguns ativos – fazendas e rebanhos – de garantia, embora insignificantes perto do rombo que deixou no mercado. O prejuízo atingiu 30 mil clientes. Até abril de 2004, chegava a R$ 2,5 bilhões
O esquema TelexFree
O golpe da TelexFree só no ano passado pode ter movimentado R$ 300 milhões. Se a Polícia Federal não atuar rapidamente, o golpe poderá ser de US$ 1 bilhão.
Esse golpe foi montado inicialmente no Brasil, com características próprias da era da Internet. Depois, conseguiu-se um parceiro norte-americano. O cabeça da operação foi o empresário capixaba Carlos Wanzeler.
O golpe se valeu de um modelo de marketing denominado de “multinível” – que é legítimo e adotado por empresas respeitáveis.
Trata-se de um modelo de vendas porta-a-porta, na qual há espaço para dois tipos de vendedores: o vendedor comum, que recebe um percentual sobre o que vende; e o chefe de equipe, o vendedor que logrou montar uma equipe trabalhando por ele, que recebe pelo que vende e pelo que vendem seus seguidores.
O que diferencia uma empresa séria da golpista é a receita auferida com a venda final do produto. Quando a remuneração de todos é função direta da venda de produtos, o modelo é auto-sustentável. Quando a forma de remuneração é o pagamento de quem entra, e a manutenção da rede depende do crescimento exponencial dos participantes, é golpe.
No caso da TelexFree, o golpe – óbvio, evidente – fundou-se em duas características da Internet.
A primeira, a de oferecer um produto que não existe fisicamente: a possibilidade de fazer ligações de VOIP (telefone através da Internet) pela empresa TelexFree.
A corrente consiste em colocar anúncios na Internet vendendo os serviços da TelexFree. Cada anúncio acarretaria um ganho de US$ 20,00 para o vendedor.
De cara, há dois furos evidentes. O fato de que anúncios em Internet custam muito menos do que US$ 20,00 e o total descasamento entre o faturamento da empresa de VOIP e o volume de vendas de anúncios.
Teoricamente, o faturamento das novas assinaturas de VOIP deveria bancar o lucro dos vendedores. Hoje em dia, o VOIP é oferecido por gigantes, como o Skype (da Microsoft), Google e Facebook. Uma conta Premium do Skype não sai por mais que US$ 5 dólares mês. Já a assinatura da TelexFree é de US$ 50. Ou seja, a empresa tem um produto que jamais competirá no mercado.
No entanto, a quadrilha valeu-se da segunda característica da Internet – a rápida propagação de informações -, para montar esquemas em várias partes do mundo. Acabou tornando-se uma franquia para trapaceiros de várias nacionalidades, a maior parte dos quais do Brasil.
Como o norte-americano James Merril entrou na história
O modelo da pirâmide TelexFree foi inteiramente desenvolvido por Wanzeler, através do site Disk à Vontade, já vendendo as ligações VOIP em 2009.
A dificuldade maior dos golpistas era passar credibilidade em relação ao negócio.
Quando percebeu a potencialidade do golpe, Wanzeler resolveu sofisticar. Localizou uma empresa norte-americana especializada em VOIP, a Commons Cents Communications, aproximou-se do dono James Merril, e entrou como sócio da companhia.
No site da empresa (www.telexfree.com) informa-se que ele entendeu a potencialidade do negócio quando conheceu brasileiros. No Brasil, Merril passou a ser apresentado como o gênio do marketing multinível e da VOIP.
O blog “Meu Dinheiro em Casa” fez um belo levantamento sobre o registro da empresa nos Estados Unidos.
Descobriu que, no registro da TelexFree nos Estados Unidos, pela Secretary Commonwealth Corporations Division (SEC), 1) a empresa se chamava Commons Cents Communications e foi alterada para Telexfree em 15/02/2012. 2) A empresa original não era de marketing multinivel (a especialização das empresas de marketing que trabalham com sistemas semelhantes, mas em cima de produtos reais). 3) No registro, Merril aparece como presidente. Mas o golpista brasileiro, Wanzeler, dono da Disk à Vontade e da Ympactus, é tesoureiro e diretor.
As conclusões do blog foram taxativas:
A Telexfree jamais existiu como marketing multinível nos Estados Unidos
O contrato é claramente celebrado entre o divulgador e a Ympactus Comercial LTDA e não com a Telexfree INC.
Se a Ympactus pertence a Carlos Wanzeler e ele é um dos proprietários da Telexfree INC e da Disk a Vontade, ele é o principal mentor do negócio.
Disk a Vontade, Ympactus e Telexfree são a mesma coisa, apesar de não o ser juridicamente.
No entanto, a parceria com o norte-americano acabou fornecendo a capa de credibilidade de que o esquema necessitava no Brasil.
No site, a TelexFree é apresentada como uma multinacional norte-americana.
Tempos depois, a Gazetaonline descobriu que o prédio americano era um local de escritórios virtuais, no qual o TelexFree tinha apenas um endereço. Esses escritórios alugam endereços para empresas e locam salas para reuniões esporádicas.
Os esquemas de vendas
Todas as pirâmides tradicionais das últimas décadas – venda de ouro, Boi Gordo, Avestruz Master – contaram com a mesma estrutura de vendedores, em geral pequenos picaretas de mercado, dispostos a vender qualquer coisa.
Nos últimos anos, a Internet abriu espaço para aventureiros mais atrevidos, em geral ligados a esquemas de bingos ou de olho em novos negócios obscuros que aparecem de quando em quando.
Em cima da suposta parceria com uma “multinacional, a empresa montou seu esquema de divulgação na Internet, com vídeos, por si só, demonstrativos da baixa qualidade dos golpistas.
Para iludir os incautos, a empresa colocou na Internet alguns documentos banais, passando a impressão de ser uma atividade legalizada, como uma Certidão Negativa de débitos contra a União da empresa Ympactus, titular do golpe no país.
Em seguida, graças à Internet, foram se acoplando ao golpe diversos grupos espalhados pelo Brasil inteiro, constituindo, provavelmente, a mais extensa rede de golpistas que o mundo já viu. Picaretas de toda sorte, junto com incautos, abriram sites na Internet, usando o nome TelexFree na URL, entrando nos mais distantes rincões do país, espalhando vídeos e sites pela Internet. Surgiram www.suportetelexfree.com.br, www.brasiltelexfree.com.br e outras.
A guerrilha na Internet
Para impedir as denúncias pelo Google, a quadrilha recorre a dois tipos de ação.
A primeira foi bombardear os blogs que denunciavam o esquema através de ataques DoS. Os ataques tomavam como base os links no Google. Os dois primeiros links, aliás, eram do meu Blog e do Acerto de Contas, do Pierre Lucena, denunciando o golpe – no meu caso, republicando o artigo do Lucena.
A segunda ação consistiu em inundar o Google e o Youtube com conteúdos utilizando a palavra “denúncia”, mas levando a vídeos enaltecendo o trabalho da quadrilha.
Graças ao esquema de franquia, diversas subquadrilhas entraram no jogo, misturadas a incautos, dificultando a identificação e o mapeamento dos diversos elos. Com tantos empreendedores associados, a Internet ficou abarrotada de publicidade do grupo.
O trabalho do governo
Informações dos leitores do Blog indicam que o esquema entrou nas mais distantes cidades no país, chegou a Portugal e começa a entrar na Inglaterra.
Há vários elos da quadrilha em todo lugar. Ao mesmo tempo, muitos incautos misturados ao grupo.
O trabalho da Polícia Federal deverá ser mapear os elos da corrente, identificar os cúmplices, separar os incautos e acionar a Polinter, já que o golpe envolve vários países em um sistema em que o dinheiro pode ser transferido para paraísos fiscais em dois tempos.
Mas é evidente a lentidão dos órgãos de controle. Desde janeiro a Secretaria Nacional de Direito do Consumidor está analisando o golpe. Ora, bastaria uma mera análise do modelo de venda para constatar o golpe. O passo seguinte seria interromper imediatamente a corrente. Só então, partir para as investigações e para a responabilização penal dos transgressores.
Mas enquanto a malandragem voa pela Internet, o aparelho regulador anda de máquina de escrever.
Comentários
Pelo curto tempo que você sumiu
Nota-se aparentemente que você subiu
Mas o que eu soube a seu respeito
Me entristeceu, ouvi dizer
Que pra subir você desceu
Você desceu
Todo mundo quer subir
A concepção da vida admite
Ainda mais quando a subida
Tem o céu como limite
Por isso não adianta estar
No mais alto degrau da fama
Com a moral toda enterrada na lama.
O POVO BRASILERO VEM SENDO ATACADO POR UMA TURMA DE ESTERIONATARIOS QUE SE ESPECIALIZARÃO EM GANHAR DINHEIRO FACIL COLOCANDO AMIGOS ,E PARENTES NESTAS SUPOSTAS REDES DE PIRÂMIDES. ASSISTA AOS VIDEOS http://www.youtube.com/watch?v=k8tV2E-44Rc&feature=youtube_gdata_playeq AQUI A TELEX FREE JÁ NA MIRA DA FEDERAL E NO SITE RECLAME http://www.netoferreira.com.br/crime/2013/04/bomba-policia-federal-vai-investigar-telexfree-no-maranhao/#comment-12812http://www.thalitamoema.com.br/site/documento-de-ferrari-da-telex-free-e-transferido-durante-inquerito-em-mt/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=documento-de-ferrari-da-telex-free-e-transferido-durante-inquerito-em-mt. AQUI A MISTER COLIBRI JA QUEBRADA DEIXANDO UM RASTRO DE PESSOAS NA MAO http://m.youtube.com/results?q=cabo%20frio%20golpe%20mister%20colibri#/watch?v=GHNbczj2OOo AGORA OS PICARETAS DA TELEX FREE ESTA MIGRANDO PARA MAIS 3 PIRÂMIDES ,BBOM ,UNIVERSAL PRIVATE BANKING, E MULTICLICK .VEJA AS FOTOS DAS PIRAMIDES AQUI http://www.google.com.br/search?q=mais+novo+golpe+de+phttp://profsezimar.com/noticia/policia-civil-investiga-novo-golpe-de-piramide-financeira/35096/ iramide&client=safari&hl=pt&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=GzxxUaODA4u89gSk9YGYDw&ved=0CFkQsAQ&biw=1024&bih=644#biv=i%7C353%3Bd%7CDHz_N1R4rFMKYM%3Au. REPASSE PARA SEUS AMIGOS
Este e o cara COMO SABER SE A PESSOA QUE TE TROUXE PARA A TELEXFREE É UM GOLPISTA OU OUTRA VÍTIMA? E O QUE FAZER?
1 – Só existem dois tipos de pessoas que participam de pirâmide os GOLPISTAS e as VÍTIMAS. Se não for vítima é golpista.
2 – Não necessariamente todos os golpistas estão no pico da pirâmide nem todas as vítimas estão na base.
Se seu patrocinador ganhou dinheiro, ele é GOLPISTA e sabia muito bem que estava lesando você e todas as outras pessoas que ele indicou.
Isso porque para a pirâmide funcionar ela depende de DUAS COISAS: Novos participantes e REINVESTIMENTO.
Se todas as pessoas sacarem o lucro e não reinvestirem, a pirâmide não consegue deslanchar e o cabeça teria que ter um capital gigantesco para investir nela até que ela começasse a rodar por conta própria.
Acontece que esses pilantras nunca colocariam o dinheiro deles no esquema, inclusive porque geralmente são uns quebrados tentando se dar bem.
Lembre-se que aparência não quer dizer NADA, parecer rico é fácil, ainda mais quando você NÃO está preocupado em manter seu nome LIMPO por muito tempo!
Então, os únicos que conseguem ganhar dinheiro são aqueles poucos que sabem muito bem que estão participando de um GOLPE e, portanto, INVESTEM POUCO (risco calculado) e NÃO REINVESTEM O QUE GANHAM.
Eles lucram levando o maior número possível de vítimas para o esquema e ganhando dinheiro em cima da indicação delas, ou seja, em cima de você.
Eles NÃO REINVESTEM a maior parte do que ganham porque sabem que de uma hora para outra o esquema vai desmoronar e eles têm que garantir que quando isso acontecer, o dinheiro que eles já sacaram seja suficiente para cobrir o “investimento” inicial e o “lucro”.
Qualquer pessoa, que acredite que a pirâmide é um negócio honesto, reinveste a maior parte do lucro, isso porque a ganância faz parte da natureza humana e é impossível abrir mão de um lucro tão grande com tão pouco esforço. Seja honesto com você mesmo e reconheça que fazer 7 anúncios por dia, em 5 minutos, não é esforço algum e não poderia valer R$ 400,00 por mês.
Assim, mesmo os que entraram no começo da pirâmide SE NÃO ERAM GOLPISTAS, reinvestiram a maior parte do seu “lucro” e quando o esquema desmoronou, eles também tiveram um prejuízo muito grande.
Podem até terem levado uma vida de ostentação durante algum tempo, gastando parte do “lucro” que estavam tendo, mas no fim perderam todo o valor investido e a maior parte do suposto “lucro” que também foi reinvestido.
Além disso, os que não são golpistas acreditavam que essa renda continuaria por muito tempo e criaram dívidas e empréstimos contando com ela e não vão ter condições de pagar agora que o esquema desmoronou.
Para os que acreditavam realmente na teoria do “investimento sólido” e “empresa séria”, não teria sentido pagar as despesas à vista, tirando o dinheiro de um “investimento” que renderia muito mais do que os juros cobrados em qualquer financiamento, empréstimo ou do cartão de crédito por mais abusivos que fossem.
Por isso, olhe para o nível anterior ao seu na pirâmide: o patrocinador (da sua desgraça) está desesperado, devendo na praça, sendo protestado, perdendo o automóvel financiado e vendendo um monte de coisas para pagar as dívidas?
Se SIM, então ele POSSIVELMENTE é uma vítima igual a você. (Pode ter calculado errado a hora de entrar ou ter arriscado demais tentando ganhar muito).
Agora, se ele ganhou dinheiro, ou mesmo dizendo que perdeu, não demonstra que está com dificuldades financeiras, ele é GOLPISTA e USOU VOCÊ para se dar bem e ganhar dinheiro fácil nas suas costas. Não teve qualquer preocupação com o que iria acontecer à sua família e a seus filhos quando o esquema desmoronasse.
Esse tipo de pessoa NÃO MERECE seu perdão. Essa mania do brasileiro de “passar a mão na cabeça de bandido” é que faz que nosso país seja esse antro de corrupção e o paraíso de bandidos de todos os tipos.
Vá até a delegacia e denuncie o seu patrocinador e os outros comparsas por estelionato. Deixe claro no Boletim de Ocorrência que você PERDEU dinheiro e que ele GANHOU através de fraude e enganação.
Informe as MENTIRAS que ele contou para convencer você a entrar no esquema (Isso é indispensável para configurar Crime de Estelionato) e, se possível, anexe ao B.O. cópia das páginas de internet e dos vídeos publicados por outros cúmplices desse esquema fraudulento, inclusive “atores de cinema”, que teriam ajudado a convencer você que se tratava de um negócio legítimo.
Quanto ao seu dinheiro, sinto muito informar, mas você nunca mais vai recuperar. O que não foi desviado para contas em paraísos fiscais, foi usado para financiar o esquema, para dar a aparência de “fábrica de milionários” com a ostentação dos captadores e para dar a aparência de legalidade com o pagamento de impostos sobre “lucro” e com a contratação de personalidades de ética duvidosa para apresentar as “vantagens” dessa fraude gigantesca.
Por fim, não tenha vergonha de reconhecer que você foi enganado e desta forma ensine a seus amigos, a seus parentes, a seus filhos e aos seus netos e bisnetos que não existe fórmula mágica para ganhar dinheiro e muito menos para ficar rico.
Ensine que a Internet é mais perigosa que muitas comunidades nos morros do Rio de Janeiro e que 99,99% das oportunidades que aparecem por lá são GOLPE.
Ensine que existem apenas 2 opções honestas de se ganhar dinheiro: trabalhar ou ganhar na Loteria. O resto é GOLPE.