Ópera Auto da Catingueira, de Elomar, já tem nova data

Era para ter acontecido no dia 8 de dezembro, mas o patrocínio previsto da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia não foi repassado a tempo à produção e os conquistenses não tiveram a oportunidade de conferir a ópera “Auto da Catingueira”. Agora, a produtora de Elomar Figueira anuncia que a apresentação acontece no dia 27 de julho.

Segundo Rossane Nascimento, mais detalhes sobre o evento serão divulgadas em breve. “Soltamos essa divulgação mais enxuta para o público de outras cidades programarem a viagem”, publicou no Facebook. Sobre a compra de ingressos, ela comentou: “até soltarmos as mídias oficiais, como peças gráficas da apresentação, envia um e-mail para o atendimentorossane@gmail.com”.

A ópera “Auto da Catingueira” teve sua estreia em abril de 2011 em Belo Horizonte. Por lá, em duas seções, a obra de Elomar atraiu cerca de três mil pessoas. Em julho, será a primeira vez que acontece a apresentação em Conquista, será no Teatro Domus Operae, na fazenda Casa dos Carneiros.

O “Auto da Catingueira” é uma história perdida no tempo, num trágico duelo pelo amor de uma mulher. “Dassanta era bunita/qui inté fazia horrô/no sertão prú via dela/muito sangue derramô/conta os antigos quela/dispois da morte virô/passú das asa marela/jaçanã pomba fulô”.

Composta de prólogo (“Bespa”) e cinco atos (“Da catingueira”, “Dos labutos”, “Das visage e das latunia”, “Do pidido” e “Das violas e da morte”) a obra, com 790 versos, é construída em linguagem dialetal, com regionalismos nordestinos que se fundem com a forma de origens clássicas da composição. Narra a saga da bela pastora de cabras Dassanta e as paixões que inspirou. Depois da apresentação dos personagens, com seus modos de vida, angústias e desejos, o auto chega ao duelo pelo amor de Dassanta: em vez de armas, o espectador presencia uma disputa de violas, num desfile de mais de uma dúzia de estilos musicais diferentes, como a parcela, o coco voltado e a tirana, todos eles quase extintos.

A montagem apresentada em BH uniu músicos e cantadores à companhia de teatro de bonecos Giramundo – 16 ao todo, que dão vida a personagens como Dassanta, Lobisomem, Cantador do Nordeste, o tropeiro Chico das Chagas e o Cego cantador. A direção do espetáculo é do próprio Elomar que também participa da apresentação.

DISCO – A ópera “Auto da catingueira” é a primeira de Elomar, foi escrita na década de 1970 e lançada em álbum duplo em 1983, várias de suas faixas foram gravadas separadamente em outros discos do artista – anteriores e posteriores. Além disso, várias delas foram interpretadas (avulsas) por ele em seus concertos e cantorias.

Confira trecho da apresentação ocorrida em Belo Horizonte.

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