renanfora

Em entrevista ontem a uma rádio de Maceió (AL), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou que, se fosse estudante, também teria assinado manifesto pela saída dele da presidência do Senado. Calheiros considerou natural a realização de manifestações em várias cidades, no domingo, contra a volta dele à presidência do Congresso.

“Na minha juventude, participei muito dessas manifestações como líder estudantil. Você tem duas maneiras de fazer política: uma delas é protestando, cobrando das autoridades determinadas posições. Se a manifestação de domingo tivesse ocorrido em 1978/79, com certeza eu estaria nela”, disse o senador.

Calheiros disse ter interpretado as manifestações como “uma mensagem”, sobretudo da juventude, para que seja um presidente cada vez melhor no Senado. “Pois esta é a terceira vez que ocupo o cargo”, afirmou.

Para ele, sempre surge “certa insatisfação” quando “um nordestino ocupa um cargo importante na República”. O Legislativo, disse, atualmente tem dois nordestinos em cargos-chave. Ele, alagoano, como presidente do Senado e Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, na presidência da Câmara dos Deputados.

O senador prometeu para o dia 19 do próximo mês a votação dos novos critérios para distribuição do Fundo de Participação dos Estados. Renan esteve no fim de semana em Alagoas para visitar municípios atingidos pela seca. Ele percorreu o Canal do Sertão, obra com inauguração marcada para o próximo mês.

(Por Ricardo Rodrigues, da Folha de São Paulo)

246638-970x600-1

OS PROTESTOS – Cerca de 70 pessoas fizeram um protesto, neste sábado (23), pelo impeachment do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado em frente ao Congresso Nacional. Com faixas e gritos contra Renan, o grupo –composto em sua maioria por jovens de movimentos anticorrupção– pediu que o peemedebista atenda o “clamor popular” para deixar o comando da Casa.

No ato, os manifestantes caminharam do início da Esplanada até a frente do Congresso. Organizado pelas redes sociais, o protesto contra Renan também foi divulgado em outros Estados. O ato político ocorreu sem incidentes. No gramado do Congresso, o grupo abriu uma bandeira gigante com os dizeres: “Mais de 1,6 milhões dizem: Fora Renan”, com uma foto do senador ao fundo da bandeira do Brasil.

11009_512558358794739_1181562119_n

Isso porque nesta semana, representantes de movimentos anticorrupção entregaram ao Senado mais de 1,6 milhão de assinaturas recolhidas em uma petição, na internet, que pedem o impeachment do peemedebista. Com caixas de papelões vazias que simbolizam as assinaturas recolhidas na petição eletrônica, os manifestantes foram recebidos por seis senadores que prometeram analisar o pedido. A petição on-line está hospedada no site da ONG Avaaz, associação que já fez outras campanhas, como o veto ao Código Florestal.

Os senadores prometeram analisar o documento para definir qual deve ser o seu encaminhamento na Casa. Apesar de admitirem que não têm amparo legal para dar início ao pedido de impeachment de Renan, os parlamentares afirmam que a Casa deve “ouvir o clamor das ruas”.

Para que o processo seja formalmente iniciado, é necessário que seja formalmente solicitado por um parlamentar ou partido político. “O Senado não tem o direito de virar as costas para isso. Podemos até dizer, amanhã, que o pedido não é legal. Mas não temos esse direito”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) na ocasião.

Ele estava acompanhado dos senadores Pedro Taques (PDT-MT) –candidato derrotado na eleição para a Presidência do Senado–, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP); Pedro Simon (PMDB-RS), João Capiberipe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

O grupo também foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) para entregar carta em que pede pressa para a Corte analisar o processo contra o presidente do Senado em que é acusado de usar notas fiscais frias para comprovar a venda de gado. (Por Gabriela Guerreiro e André Borges / FSP)

Deixe um comentário