Foto: Blog do Planalto

Essa é uma daquelas notícias que você não viu por aí. O motivo: ela desmente a crença de que, com o Bolsa Família, as mulheres fariam mais filhos para aumentar o benefício. Vai dizer que você nunca ouviu isso por aí, ainda seguido de comentários como “as mulheres não querem mais nem trabalhar” ou “nós estamos pagando pela boa vida de um bando de preguiçosos e vagabundos”.

Então, a notícia que não virou notícia é que o número de filhos de até 14 anos caiu 10,7% no Brasil, entre 2003 e 2013. Os números foram levantados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do IBGE. No recorte das famílias 20% mais pobres do país, a queda foi de 15,7%.

A redução é ainda mais significativa no Nordeste, onde está mais da metade dos beneficiários do programa Bolsa Família. As famílias 20% mais pobres da região registraram queda de 26,4% no número de filhos – maior redução entre todos os estratos de renda e região.

Lançado em outubro de 2003 pelo ex-presidente Lula, o Bolsa Família atende, atualmente, cerca de 14 milhões de famílias e já tirou da pobreza extrema cerca de 36 milhões de pessoas. O pagamento feito pelo Programa, por filho de até 15 anos de idade, é de R$ 35 mensais. O valor pode chegar a R$ 77, no caso das famílias extremamente pobres, sem nenhuma renda.

Em 2012, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, escreveu que “não houve estímulo à natalidade ou o chamado ‘efeito preguiça’ entre os beneficiários. Pesquisas mostram impactos positivos do Bolsa Família na progressão e frequência escolar de crianças e adolescentes, na realização de pré-natal, na vacinação e na amamentação. Pela primeira vez, crianças e jovens pobres apresentam resultados melhores que a média do país em indicadores como taxa de aprovação e evasão escolar. Nove anos depois do lançamento, temos um programa que chega aos quatro cantos do país, beneficiando 50 milhões de pessoas a um custo de 0,46% do PIB”.

Deixe um comentário