A ideia foi lançada como brincadeira nas redes sociais porque em 2014 acontece no Brasil a Copa do Mundo de futebol, mas a sugestão foi adotada pelos partidos políticos, mas o motivo é outro. Candidatos a candidatos estão antecipando o período de campanha de olho nas eleições presidenciais de outubro do ano que vem, em pleno fevereiro de 2013…
COMBATE À MISÉRIA – Foi a presidenta Dilma quem deu a primeira cartada, no dia 19 de janeiro ela anunciou a novas medidas para o Plano Brasil sem Miséria como um “fato histórico”. Com as mudanças, cerca de 2,5 milhões de brasileiros cadastrados no Bolsa Família vão receber complemento para ultrapassar a renda de R$ 70 por pessoa, considerado o patamar que supera a linha da extrema pobreza. “Isso significa que viramos uma página, uma página decisiva de uma longa história de exclusão social e agora nós damos mais um passo para construir um Brasil sem miséria”, avaliou Dilma. Esse foi só o começo…
LULA LANÇA DILMA – No dia seguinte, 20, Dilma estava ao lado de Lula em um evento do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo. Era a comemoração dos “10 anos gloriosos” à frente do governo federal. “Eles podem se preparar, podem se juntar com quem eles quiserem. Porque, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a reeleição da Dilma em 2014”, disse Lula.
AÉCIO I – No mesmo dia, o senador tucano Aécio Neves, possível candidato do PSDB para enfrentar Dilma, usou a tribuna para apontar 13 fracassos do PT. Segundo ele, “o Brasil está estagnado, o Brasil está parado”. E apontou que faltam ao PT “a autocrítica, a humildade e o reconhecimento”. Confira a íntegra do discurso no vídeo abaixo.
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AÉCIO II – Lançado como pré-candidato à presidência pelo PSDB em dezembro do ano passado, a candidatura está ficando mais certa e conta com o apoio de outro ex-presidente. “Nesse momento a pessoa que tem mais condições (de disputar a sucessão presidencial) é o Aécio Neves. Não vejo outro nome. É o momento de renovação do falar, do estilo da pessoa. É o momento de sacudir o país”, afirmou FHC, em entrevista, após evento do partido em Belo Horizonte no último dia 25.
RECLAMANDO HENRIQUE CARDOSO I – Além de palestra, o que o ex-presidente FHC mais tem feito é reclamar. Antes da festa do PT fez questão de publicar um vídeo no YouTube sobre as comparações que foram feitas entre os governos. “A gente deve comemorar a vitória do Brasil, e não ficar o tempo todo olhando para trás. Isso é coisa de criança, parece picuinha”, afirmou o tucano.
RECLAMANDO HENRIQUE CARDOSO II – Ainda em BH, questionado sobre o discurso de Dilma na festa dos 10 anos do PT, em que a presidente afirmou não ter herdado “nada” da gestão tucana, FHC afirmou: “o que é que a gente pode fazer quando a pessoa é ingrata? Nada. Cospe no prato que comeu. Meu Deus”. Antes, FHC já havia dito que “a relação do PT com meu governo é uma questão de psicanálise” e que Lula, por sua presença constante junto ao governo, “dá a impressão de ser presidente-adjunto. Não acho isso institucionalmente bom”.
LULA RESPONDE – Em evento em São Paulo, no dia 26, Lula respondeu ao seu antecessor na presidência: “acho que o FHC deveria no mínimo ficar quieto. Ele não deveria falar. O que ele deveria era contribuir para a Dilma continuar a governar o país bem. Ou seja, deixa ela trabalhar, ela sabe o que faz”.
EDUARDO CAMPOS – O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, quer ser candidato à presidência e para isso está disposto a desafiar Lula, Dilma e até próprios membros do partido, aliado ao governo federal. O governador já estuda retirar o partido do governo, há especulações de que o ministro socialista da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, irá deixar o partido para entrar no PT e pode ser o candidato de Dilma para governador do estado. O fato é que o PSB, no ano passado, ensaiou rompimentos de alianças históricas com o PT, mas não passou de fogo de palha.
WAGNER BOMBEIRO – Nesta semana quem entrou em cena foi o governador da Bahia. O petista Jaques Wagner foi a Recife tentar abaixar o fogo, mas não saiu muito satisfeito, agora Lula deve procurar o socialista para mais uma tentativa. “Posso falar que em 2018 a gente vai inteirar 16 anos de governo, de um projeto político que tem aliados sem os quais a gente não teria andado e que tem o PT na condução, mas que não obrigatoriamente tem que ter o PT na condução”, disse o governador baiano. Sobre a possibilidade de acomodar Campos como vice de Dilma, Lula pensa em oferecer ao PMDB e a Michel Temer a cabeça de chapa para o governo de São Paulo – situação à qual Wagner não é muito favorável.
MARINA LANÇA A REDE – Ela teve 19,6 milhões de votos em 2010 pelo PV e agora quer disputar as próximas eleições em um novo partido. Lançado no dia 16 de fevereiro, chamado de Rede Sustentabilidade, Marina disse que a nova legenda não é “nem direita, nem esquerda. Se Dilma estiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não. Parece ingênuo, mas não tem nada ingênuo”. O partido foi registrado em cartório na quarta, 27, em Brasília, mas precisará juntar ainda 500 mil assinaturas para formalizar o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As assinaturas devem ser colhidas até setembro, para que a legenda possa concorrer às próximas eleições, em 2014. Quem está ajudando a colher assinaturas é a vereadora de Maceió e ex-candidata a presidente pelo PSOL, Heloisa Helena.
SERRA – “Tenho certeza de que estaremos unidos na hora certa”, disse o pré-candidato Aécio Neves ao ser perguntado sobre as divergências dentro do PSDB, lideradas por Serra e Alckmin.
DEPUTADOS – Desgastados diante da opinião pública, os deputados aprovaram nesta quarta, 27, o fim do 14º e 15º salários. Quer dizer, eles ainda receberam a chamada ajuda de custo no primeiro e no último mês de mandato (a cada quatro anos para deputados e a cada oito para os senadores). A proposta foi aprovada no Senado no início do ano passado e desde maio tramitava na Câmara. Outras medidas para resgatar um pouco a credibilidade da casa estão por vir…
Estamos ou não estamos em 2014?