Por Lu Rosário (Do Pudor Nenhum)
Dançar forró faz parte da cultura nordestina e está relacionado a todo um povo que vê em uma música de sons marcados pela sanfona, triângulo e zabumba uma forma de extravasar o que o corpo sente. O forró torna os passos involuntários, nos quais os ombros e quadril se deixam levar pelas batidas que soam tão harmoniosamente em nós. Com suas diversas vertentes no que concerne a dança, os passos se alternam e a dança vai se tornando mais complexa pelos giros e manhas que o ritmo permite. Alguns dançam profissionalmente, outros apenas pelo prazer. Este, mais do que nunca, é uma forma de se deixar relaxar e aliviar dos problemas cotidianos.
Quando o São João se aproxima, o forró começa a sair pelos poros das cidades onde a tradição junina é forte. As bandas e trios começam a tocar semanalmente em barzinhos e locais propícios aos seus passos enlevados. É nesta época que Dominguinhos e Luiz Gonzaga são homenageados e relembrados em cada canção tocada. Se for em cidade pequena e sem festas fechadas, é ainda melhor porque o forró vem acompanhado de fogueira, fogos, meninada correndo, céu estrelado, comidas típicas e um licorzinho de dar água na boca.
Como disse a linda Tahis Mares, “o forró me faz voltar à infância, quando a tradição junina era mais forte. Enquanto música, representa experiências, crenças e o cotidiano do nordestino. Enquanto dança, não existe exercício melhor”. Assim como ela assinalou, o forró é um exercício. Eu complemento dizendo que ele ajuda a fortalecer os músculos, perder as gordurinhas indesejadas, elevar a autoestima e socializar. Em outras palavras, dançar rejuvenesce. E não é apenas dançar forró, mas dançar seja lá que ritmo for – importante salientar isso. Entretanto, tenho focado neste justamente pelo fato de ser uma dança mais popular.
As danças de salão não tem o mesmo alcance que o forró. Este é tocado em diversos eventos e mesmo que a pessoa não saiba os passos sugeridos pela dança, ela arrisca o famoso dois pra lá dois pra cá ou, até mesmo, uma paquera naquele enroscar que a dança possibilita. Independente da idade, este ritmo é contagiante. Além do mais, o forró está liderando no programa Superstar e eu estou muito orgulhosa por isso. Para concluir, digo-lhes por meio de Luiz Gonzaga e Zé Dantas que “a fogueira tá queimando em homenagem a São João. O forró já começou. Vamos gente, rapapé neste salão”.