Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2012, estima-se que o Brasil tenha 52.680 novos casos de câncer da mama, com o risco aproximado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. O câncer de mama é hoje o mais comum nas mulheres, depois do de pele não melanoma, responde por 27,9% de todos os tipos que ocorrem na mulher. E é para reverter essa triste estatística que empresas, entidades e a população em geral se mobilizam no mês de outubro para alertar a todos sobre os cuidados e a importância do diagnóstico precoce.
O câncer de mama é raro antes dos 35 anos, mas, acima desta faixa etária, a incidência cresce rápida e progressivamente, com o pico por volta dos 50 anos de idade. Embora seja incomum, o câncer de mama ocorre também em homens. Inicialmente ele não produz sintomas e em geral é descoberto ao se fazer algum exame da glândula. Nódulos com mais de 1 centímetro já são perceptíveis ao tato. Outros sintomas, que ocorrem sobretudo nas fases mais avançadas da doença, são: saída de líquido cristalino ou com sangue da mama, inchaço, feridas e retração na pele e aumento do volume dos gânglios nas axilas.
Embora a chance de cura do câncer de mama chegue a 95% caso a detecção seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê a doença como incurável. Para 20% das mulheres, o diagnóstico do câncer de mama é praticamente uma sentença de morte. Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre o câncer de mama de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do país.
NOVOS TRATAMENTOS – Pesquisadores acabam de fazer descobertas que estão transformando a compreensão científica do câncer de mama, tendo identificado quatro classes geneticamente distintas da doença. E dentro desses tipos, eles encontraram alterações genéticas marcantes que têm motivado muitos casos de câncer.
A expectativa é de que essas descobertas, publicadas online na revista Nature, suscitem a elaboração de novos tratamentos à base de medicamentos já aprovados para utilização em casos de câncer em outras partes do corpo, além de novas ideias para tratamentos mais precisos no combate a anomalias genéticas que ainda não têm tratamento. O estudo é a primeira análise genética abrangente do câncer de mama, que mata 35 mil mulheres ao ano nos Estados Unidos.
OUTUBRO ROSA – Movimento criado em 1997, nos Estados Unidos, com o objetivo de alertar a população feminina para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Todo o trabalho de esclarecimento ocorrido nas últimas décadas produziu uma boa conscientização sobre o câncer de mama, como se manifesta e a importância de diagnosticá-lo logo no início. Também levou ao aumento do número de casos descobertos na fase inicial, melhorou o atendimento às portadoras e o tratamento e ainda evitou muitas mortes. Mas, infelizmente, não levou à diminuição da incidência. Ao contrário: pela disseminação do conhecimento sobre a doença e a melhoria no registro dos casos, até se diagnostica mais.
REFERÊNCIA – Ação implantada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) serve como modelo para a implantação, em todo o país, de um projeto pelo Ministério da Saúde (MS), é o rastreamento do câncer de mama por meio da disponibilização de unidades móveis para a realização de mamografias. A iniciativa foi referência para a criação, em nível nacional, do Programa de Mamografia Móvel, instituído pelo MS com o objetivo de qualificar e ampliar a assistência oncológica no Brasil, principalmente entre as mulheres das camadas mais carentes da população.