A morte do ex-prefeito de Vitória da Conquista, José Pedral Sampaio, levou milhares de pessoas ao Memorial Régis Pacheco, onde o seu corpo foi velado. O adeus ao líder de uma época da história de Vitória da Conquista reuniu companheiros da política, populares, ex-eleitores, autoridades e até mesmo opositores. Pedral foi sepultado na tarde de hoje, 17, no Cemitério da Saudade.
Entre os que se despediram do ex-prefeito, estavam historiadores, escritores e pesquisadores, como o professor Durval Menezes e o advogado Ruy Medeiros, que falaram sobre o líder político e da sua importância histórica para Vitória da Conquista ao Conversa de Balcão.
“Pedral é uma daqueles homens que surgem em uma comunidade a cada 100 anos. Pedral foi um bom estudante, um bom mestre, um bom pai, bom filho, bom sogro, bom tio, um bom avô e, sobretudo, um bom amigo. Pedral era, na realidade, um homem bom, por isso, ele vai permanecer lembrado pela população de Conquista por mais de 100 anos, esse é um homem que veio para fazer história. Vitória da Conquista tem dois períodos, um antes de Pedral e outro depois de Pedral. Quando ele assumiu Conquista, a cidade tinha menos de 40 mil habitantes e naquela época não estava no conceito entre as grandes cidades da Bahia, quando ele deixou o governo da cidade, em 1997, Conquista já era a terceira cidade da Bahia e a segunda mais importante do interior. Conquista é Pedral. Pedral foi o conquistense que mais amou Vitória da Conquista” – Durval Menezes, professor.
“Pedral é até hoje a personalidade que tem a maior vida política em Conquista. Mesmo na época em que era estudante de engenharia, ele já fazia política e fez política aqui em Conquista em toda a década de 1950 e depois, prefeito, foi cassado com os direitos políticos suspensos, conseguiu sobreviver à ditadura militar e voltar com uma margem muito expressiva de votos para prefeito. Muito da estrutura urbana de Vitória da Conquista, que outros prefeitos deram continuidade, é devido a Pedral. Ele, pouco antes de morrer, ainda deixou projetos escritos para o futuro de Conquista e pressiona a adequação desses projetos. Esse depoimento é de uma pessoa que fez oposição a Pedral, eu estava mais a esquerda, mas isso nunca impediu de sermos amigos, de considerarmos um ao outro e respeitar politicamente e, dessa forma, meu depoimento tem essa marca, de alguém que, embora tivesse numa fileira ou num grupo divergente de Pedral, sabe reconhecer tudo aquilo que ele foi para a política de Vitória da Conquista” – Ruy Medeiros, advogado.
