Vamos comemorar o centenário de Vinicius de Moraes com algumas curiosidades sobre o poeta…

Quando era menino, fazia concertos de piano para os moleques de sua vizinhança. A garotada não sabia, porém, que o instrumento — uma pianola — tinha um recurso automático que executava sozinho as canções. Vinicius apenas simulava a interpretação das peças.

Formou-se em direito, foi diplomata de carreira até ser aposentado compulsoriamente em 1969, pela ditadura militar, quando passou a se dedicar à poesia e à música.

A carreira de diplomata de Vinicius chegou ao fim devido o AI-5, que deu amplos poderes aos militares, que obrigaram a todos os diplomatas brasileiros homossexuais e que tinham fama de festeiros a aposentarem. Ao desembarcar no Brasil, Vinicius fez questão de anunciar: “eu sou um bêbado!”

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No período em que foi vice-cônsul do Brasil em Los Angeles, Vinicius estudou cinema com Welles e teve uma convivência muito grande com o meio cinematográfico de Hollywood, quando também frequentava a casa de Carmen Miranda.

Vinicius foi também cronista e escreveu para jornais e revistas reportagens cheias de lirismo sobre as cidades onde viveu. Exerceu a crítica de cinema, com análises aprofundadas sobre filmes e cineastas dos anos 40 e 50, e foi um importante autor teatral.

O filme francês Orfeu Negro, adaptação da peça teatral de Vinicius, Orfeu da Conceição, venceu o Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro de 1959.

Vinicius odiava gente mal-humorada. Ele costumava dizer que preferia uma pessoa mau-caráter a uma pessoa sem humor.

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Casou-se nove vezes. Com sua primeira esposa, Beatriz Azevedo de Mello, a Tati, selou a união por procuração em 1940. Os dois ficaram juntos por 10 anos. Depois, ainda trocou alianças com Regina Pederneiras, Lila Maria Esquerdo e Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita Abreu Rocha, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaría e Gilda de Queirós Mattoso. Certa vez, Cristina Gurjão, morta de ciúmes, quase matou o poeta ao acertar sua cabeça com um candelabro de estanho.

Uma das esposas de Viniciu era baiana. Gessy Gesse começou namorar com Vinicius quando ele ainda era casado com Cristina Gurjão, grávida de cinco meses e abandonada pelo poeta. Em 1969, Vinicius e Gessy se casam no Uruguai e, em 1973, na Bahia, em um ritual cigano. Após o casamento, Vinicius decidiu construir uma casa em Itapuã.

Em 1946, Vinicius e o cronista Rubem Braga sofreram um acidente num hidroavião da Air France a caminho do Uruguai. A hélice do avião se soltou e entrou na cabine, matando o passageiro que viajava à frente do poeta.

“Garota de Ipanema” é a segunda canção mais executada da história da música, atrás apenas de “Yesterday”, dos Beatles.

Ao frequentar bares e restaurantes do Rio, Vinicius gostava de entrar na cozinha e dar seu toque pessoal aos pratos que pedia.

Não gostava de médicos. Após sofrer um derrame, resistia ao tratamento e apresentava sua esposa como viúva.

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Segundo ele o melhor amigo do homem era o “cachorro engarrafado”, ou seja, o uísque.

Viciado em diminutivos, aplicava-os como forma de carinho.

Carlos Lyra, Baden Powell e Tom Jobim formavam, para Vinicius, a “santíssima trindade”.

Junto com o compositor Baden Powell, Vinícius se trancou em seu apartamento em 1962 para escrever músicas. Eles ficaram lá por duas semanas. Compuseram cerca de 20 sambas e beberam três caixas de uísque.

Nomes como Edu Lobo, João Bosco, Francis Hime, Chico Buarque e Toquinho começaram suas carreiras com o apoio de Vinicius.

Famosa na voz de Ney Matogrosso, ainda no Secos e Molhados, a música “Rosa de Hiroxima” é um poema de Vinicius.

Certa vez Vinicius disse que caso lhe fosse concedida outra vida, gostaria de voltar igualzinho, só com “o pau um pouquinho maior”.

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