Iniciada em 1950 e inaugurada em 1952, no Governo Dutra, a ponte sobre o Rio Pardo no município de Cândido Sales, apesar dos seus 64 anos de vida e com apenas algumas reformas, continua forte, rígida, soberana, cumprindo integralmente a função a que lhe foi destinada.

Enquanto novas pontes com tecnologias consideradas de ponta são construídas quase que mensalmente em nosso país, testemunhamos, incrédulos, a velha ponte do passado resistir bravamente ao tempo, enquanto as novas e recém construídas são destruídas ou ficam inativas em um curto espaço de tempo.

Com relação ao asfaltamento, é basicamente a mesmíssima coisa. Basta compararmos o asfaltamento do passado com o chamado asfaltamento do futuro. Nos anos 1960 – quando da criação desta ponte – o asfalto durava anos a fio. Raramente víamos um buraco ou outro, raramente víamos uma cratera e o que é mais impressionante… Raramente víamos a água de chuva levar quilômetros de asfalto como nos dias de hoje.

Será que algum engenheiro especialista já parou para verificar a qualidade do material utilizado neste asfaltamento dos dias de hoje? Será que existe alguém interessado em saber o porquê dos antigos asfaltos (e das antigas pontes) durarem tanto, enquanto as de hoje duram tão pouco? Será que alguma fiscalização do Governo ou até mesmo particular teria algum interesse em fiscalizar que material é utilizado para estas reformas que colocam diariamente em risco a vida dos motoristas? Será que nós que pagamos os nossos impostos, que suamos diariamente para pagarmos um pedágio tão absurdo, temos que ser vítima e ficarmos no prejuízo ou devemos gritar? Mas, fica aqui a pergunta? A quem devemos recorrer?

No trecho entre as cidades de Vitória da Conquista, na Bahia, e Divisa Alegre, em Minas Gerais, após a implantação do atual Pedágio da Via-Bahia, nós, motoristas, chegamos a esperar cerca de 50 minutos dentro dos nossos veículos, no meio de filas intermináveis, esperando a conclusão de um recapeamento que imaginávamos resolver uma grande parte dos problemas relacionados ao asfaltamento, outrora tão gasto e desprezado pelo poder público.

Nos dias de hoje vemos o asfalto ser praticamente dissolvido diante das chuvas, abrindo crateras imensas, causando enormes prejuízos aos donos de veículos, quebrando rodas, furando pneus, quebrando descargas, inclusive, à minha própria pessoa, por três vezes consecutivas, sendo que na última, chegando a quebrar o para brisas do meu veículo, quando, por sorte, escapei de cair em uma enorme cratera que se abriu próximo à cidade de Divisa Alegre. O buraco foi tampado, porém, quem ressarcirá o prejuízo de dezenas de veículos acidentados? Para que pagamos tanto pedágio? Para que serve este pagamento tão absurdo?

Gostaria de contar com a explicação de alguma autoridade constituída!

Atenciosamente, Jota do Vale – escritor e radialista, morador da cidade de Cândido Sales.

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