No palco, uma revelação: “foi aqui nesta cidade, numa noite que pernoitei com minha esposa, que concebi um dos meus filhos”. No público, uma legião de fãs, homens, mulheres e crianças, jovens de hoje e de quando Erasmo Carlos se revelava entre as estrelas do iê-iê-iê. “Rock’n roll também é sexo, p*! E o sexo é a principal porta de entrada para o amor, então hoje nós vamos homenagear o amor”, disse ele ao apresentar o show. “É um orgasmo inenarrável estar aqui”, emendou.

“Cresci ouvindo Erasmo e hoje estou aqui para assistir ao vivo o seu show pela primeira vez”, revela dona Irenilda, de 53 anos, que estava junto à grade do palco do Natal da Cidade com suas netas de 8 anos para acompanhar, inclusive cantando, o show do seu ídolo dos tempos da Jovem Guarda.

Dona Irenilda não entendeu quando Erasmo começou com a canção “Kamasutra”, do disco Sexo, de 2011, mais conhecida dos jovens, mas logo pode cantar junto quando ele foi emplacando as inesquecíveis canções que marcaram época. “Mesmo que seja eu”, “Sou uma criança, não entendo nada”, “Mulher (Sexo frágil)”, “Além do horizonte”, “Gatinha manhosa”, entre outras músicas que foram acompanhadas em coro por uma praça lotada de gente. “Meu próximo dvd vou gravar aqui”, disse Erasmo retribuindo o carinho do público.

erasmo 2

Autor de mais de 600 canções, ao perceber que todos estavam cantando, foi ainda mais simpático: “nunca antes na história desse país, teve um compositor tão feliz no palco”. E a praça Barão do Rio Branco festejou junto, principalmente quando ele, sentado, fez um momento mais romântico só acompanhado pelo maestro José Lourenço ao teclado, com “as apelidadas de músicas de motel pela crítica da época” (“Desabafo”, “Olha”, “Proposta”, “Cavalgada”, “Café da manhã”, “Os seus botões”, “Detalhes”, “Eu te amo, te amo, te amo” e “Como é grande o meu amor por você”) – teve gente chorando, e muito, no público.

Depois do banquinho ele voltou com tudo e daí foi puro rock’ roll! Com “Quero que tudo vá para o inferno”, “Minha fama de mau”, “Pode vir quente que eu estou fervendo”, “É proibido fumar”, “Cover” e “Festa de arromba” ele fechou o show em grande estilo.

“É muita responsabilidade tocar com ele que até evito pensar sobre o fato de ser da banda. Conheci o Erasmo através dos discos da minha mãe, já fui a show como fã e hoje tocar com ele é uma honra”, disse o guitarrista Luiz Lopez, de 31 anos, que toca a quatro ao lado de Erasmo e que sempre sai empolgado do palco por conta da reação da plateia.

DUO SIQUEIRA LIMA – Antes de Erasmo Carlos subir ao palco, uma dupla se apresentou e encantou as pessoas que estavam na praça com música instrumental. Cecília Siqueira e Fernando de Lima, ela uruguaia e ele mineiro, são violonistas e formam o Duo Siqueira Lima, com um repertório que mistura diversas influências, do clássico ao popular, de Domenico Scarlatti a Dominguinhos, de um tango a “Tico, tico no fubá”.

duo siqueira lima

“Essa mistura de tradições e estilos enriquecem muito o nosso trabalho. A Cecília traz a tradição não só do Uruguai, mas também da Argentina e daquela região que tem uma cultura musical muito rica e eu trago influências tanto do interior mineiro quanto da música brasileira, do choro e do samba, e a gente trabalha em cima dessas informações”, explica o violonista Fernando.

Pela segunda vez na cidade (a dupla se apresentou pela primeira vez no Festival Internacional de Violão, ocorrido no último mês de novembro), a violonista festejou a participação no evento: “quando recebemos o convite topamos de primeira por ter a oportunidade de mostrar a nossa música a pessoas que talvez não alcançaríamos de outra maneira porque é difícil de tocar no rádio e na TV”.

Foto: Arthur Garcia/Secom PMVC

GECI BRITO – Vencedora do concurso Por Isso É Que Eu Canto de 2008, a cantora Geci Brito voltou pela terceira vez ao palco do evento e montou um show especial para abrir a primeira noite do Natal da Cidade. “Com ‘Ritmos do Brasil’ homenageamos todas as regiões brasileiras, inclusive o ritmo africano, que deu origem a todos os outros ritmos no Brasil”, conta a intérprete. “E cantar no palco que vai pisar nomes como Milton Nascimento, Erasmo Carlos e Maria Gadu significa que o nosso talento é valorizado”, completa ela que deu voz a sucessos da música brasileira em uma brilhante apresentação.

Confira abaixo Erasmo Carlos cantando “É preciso saber viver”.

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