A presidente Dilma Rousseff vai terminar seu mandato sem conseguir concluir a Ferrovia Oeste-Leste, que liga a cidade de Barreiras até o Porto Sul, em Ilhéus. A Fiol é uma das ferrovias estratégicas do país e vai dar condições para o início da exploração de uma das maiores minas de minério de ferro do mundo.

A ferrovia baiana foi anunciada em 2007, com previsão de início de obra em 2009, para que um trecho fosse inaugurado em 2010 e toda ela fosse concluída em 2012. Mas, a Valec, estatal responsável pela obra, promete concluir o primeiro trecho em dezembro de 2015, sem previsão para o início da construção do segundo.

O governador Jaques Wagner com o então presidente Lula, em dezembro de 2010, quando assinaram ordem de serviço para o início das obras da Ferrovia da Integração Oeste-Leste, em Ilhéus.
O governador Jaques Wagner com o então presidente Lula, em dezembro de 2010, quando assinaram ordem de serviço para o início das obras da Ferrovia da Integração Oeste-Leste, em Ilhéus.

Os problemas da Fiol mostram que o governo aprendeu pouco com o fracasso da construção da Ferrovia Norte-Sul, que se arrasta há quase três décadas. Problemas comuns, que paralisaram as obras da primeira linha, repetiram-se na Fiol: projetos malfeitos, licitações suspeitas, falta de licenciamentos.

Vários trechos da obra foram paralisados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) porque foram licitados com projetos sem qualidade.

Quando a proposta definitiva ficou pronta, foram necessários aditivos que encareceram e descaracterizaram o que foi licitado, gerando novas paralisações.

Como o projeto definitivo foi feito sem licenciamento ambiental, vários trechos da linha devem passar em áreas sensíveis, o que dificultou a aprovação pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).

A Valec informou que vem nos últimos anos seguindo as recomendações de órãos de controle para melhorar a qualidade dos projetos com que são feitas as licitações, com sondagens em número adequado por exemplo. Dessa forma, é possível evitar atrasos no momento da execução dos projetos.

(Informações da Folha de São Paulo / Fotos: Agecom-BA)

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