Por Lu Rosário
Os brechós on-line passaram a ser uma tendência em Vitória da Conquista. Surgiram, no início deste ano, por meio do Facebook e ganharam outros espaços para que houvesse a troca e venda de produtos, tais como calçados, roupas e acessórios – principalmente femininos.
O primeiro grupo a obter destaque na rede social, na cidade, foi o “Brechó Feminino”. Criado por Aline Dias, 25, a proposta inicial era promover amizades e troca de bens relacionados ao universo feminino. Com isso, uma pessoa passou a convidar outras e o grupo, atualmente, conta com mais de 9 mil membros. “Minha intenção era fazer amizades e um uso sustentável das coisas. Era ajudar as pessoas a andarem na moda e pagarem pouco por isso”, revela.
Estudantes, donas de casa, artesãs e profissionais de diversas áreas encontram, neste espaço, uma forma de remodelar seu guarda-roupa sem pagar muito caro por isso. Para a estudante de Comunicação Social, Ingrid Aquilino, “os brechós daqui são legais, mas meio desorganizados, pois não tem um moderador que seleciona quais peças podem ser postadas. Só que o mais legal daqui é justamente essa liberdade: você tem roupa para absolutamente todos os gostos”.
Após o “Brechó Feminino”, outros grupos surgem para atender a demanda que cresce cada vez mais. O “Brechó.com ♥ Vitória da Conquista” é um desses exemplos, pois foi criado por Silvana Bertolo, 22, após constatar que alguns preços estavam caros nos outros brechós on-line. Sendo assim, foi estabelecido um valor máximo para a venda de produtos e, hoje, tem mais de 2 mil membros.
De acordo com Silvana, a sua proposta foi “criar um grupo para que as pessoas tivessem acesso a um preço mais favorável porque nos brechós tinham produtos de qualquer preço. Eu propus que as pessoas postassem roupas de, no máximo, R$ 35. Infelizmente, nem todos respeitaram as regras e algumas reclamam por causa disso, mas eu tenho uma vida corrida e não dá para fazer o controle das postagens”.
Além dos brechós compostos por várias pessoas, existem aqueles que possuem uma única proprietária dos produtos. Um exemplo disso é o “Frida de Luxo“, criado por Jaqueline Ferreira. Com uma loja virtual e uma página no Facebook, ela diz que seguia vários blogs de moda e que foi perdendo o interesse ao descobrir outro que incentivam a prática de garimpar em brechó ou de organizar bazares/brechós online e presenciais.
“Em janeiro desse ano, eu resolvi criar o Frida de Luxo no Tanlup pra desapegar dos excessos. O nome é uma brincadeira pelo fato da Audrey Hepburn ter ficado famosa como símbolo de elegância no filme Breakfest at Tiffanis (Bonequinha de Luxo), que atende a proposta daquelas que seguem um padrão. Com o fato disso ser ilusório, ser Frida de Luxo é justamente o contrário: é aderir a moda barata e se vestir de acordo com o seu estilo e não pra reproduzir tendências ou ostentar marcas”, declara Jaqueline.
Devido ao crescimento das interessadas pelos brechós, o aplicativo whatsapp também se tornou uma forma de comercializar tais produtos considerados dignos de serem vendidos ou trocados em brechós.
Lêda Gonçalves, 35, criou o grupo “Bazar do Desapego” no WhatsApp há três meses. Ela diz que o grupo conta com, aproximadamente, 30 participantes e que o criou para que a comercialização fosse feita por produtos direcionados para roupas com números maiores.
“Eu queria um brechó que tivesse roupas GG e 46 porque é muito difícil achar num número grande, por isso tive a ideia de fazê-lo. Mas agora misturaram gordinhas e magrinhas. O melhor de tudo é que fiz muitas amizades que já viraram grandes amigas”, conclui Lêda.
Para maior integração entre as participantes dos brechós on-line, há encontros presenciais que são marcados em conjunto. Neste momento, as pessoas disponíveis vão para se conhecer, vender e trocar produtos em espaços conseguidos por elas próprias. O último encontro, 6 de setembro, ocorreu em uma sala da Galeria Joaquim Correia no centro da cidade.
Thâmara Martins, 31, foi quem organizou este evento. Para ela, ter ido a outros encontros presenciais do brechó on-line e ver pouca movimentação, referente a pessoas que não são do grupo, foi sua maior motivação.
“Resolvi fazer um encontro num lugar onde passassem pessoas que não faziam parte do grupo. Aluguei uma sala na Galeria Joaquim Correia e o encontro aconteceu em um sábado pela manhã. Participaram em torno de dezoito meninas e deu muito certo. Muitas outras queriam participar também, mas o espaço não suportava. Todos perguntavam quando ia ter novamente. Foi aí que resolvi fazer esse encontro uma vez a cada mês”, salienta Thâmara.
Os encontros presenciais são marcados por meio dos grupos de brechó no Facebook e veiculados na rede social.