Filha do cantor Gilberto Gil, o talento dessa menina de 26 anos não está nos palcos, só aparece na cozinha. Formada em Culinária Natural pelo Natural Gourmet Institute e em Nutrição e Ciência dos Alimentos pela Hunter College, ambos em Nova York, Bela Gil está de volta ao Brasil e assina um programa no canal GNT, o Bela Cozinha.
Diante das câmeras, o sorriso fácil e a paixão pela profissão revelam uma Bela segura e que sabe muito bem o que faz. O grande diferencial do programa está no cardápio, recheado de comidas saudáveis, alimentos simples e sabores variados. Tudo para dar água na boca em qualquer mortal e o melhor: sem deixar culpa na consciência ou somar peso na balança.
Em entrevista à revista Donna, a apresentadora fala sobre alimentação, saúde, família e outras coisas. Confira!
Qual o maior desafio do Bela Cozinha, no GNT?
Mostrar para as pessoas que dá para comer uma comida boa, gostosa e supersaborosa. É o que eu tento fazer. As minhas comidas não são mirabolantes. Não existem produtos difíceis de achar. O site do programa tem um dos maiores acessos do GNT por causa da praticidade e facilidade das receitas. Não é só entretenimento, você pode repetir em casa. Não precisa do maçarico do chef, nem de ingredientes de outro país. Eu tento usar os produtos mais locais possíveis. Tanto para o nosso corpo (físico, espiritual e mental) quanto para o meio ambiente, a comida local é melhor, além de mais simples e mais barata.
Você tomava refrigerante e comia doce. Como é a sua alimentação hoje em dia?
Eu sou caxias com algumas coisas. Eu vou para uma festa de aniversário, por exemplo, que tem docinhos, salgadinhos e bolo, e não como nada disso, porque eu me sinto mais feliz sem consumir. É isso que eu quero passar para as pessoas, para que elas não sintam mais esse desejo, essa vontade de consumir determinados alimentos que são industrializados e processados de uma forma para viciar. Mas, claro, em viagens com o meu marido, por exemplo, eu abro pequenas exceções para experimentar algum novo sabor. São exceções na vida.
Qual a influência do seu pai na sua alimentação?
Meu pai sempre foi macrobiótico, e isso me influenciou muito porque tive contato com esse tipo de alimentação desde cedo.
Qual o prato preferido do seu pai?
São vários. É tão bom cozinhar para o meu pai, porque ele é muito crítico e a maioria das coisas que eu cozinho ele gosta, ele fala e ele fala bem porque ele entende também do assunto, então a gente discute, troca. Então é muito legal cozinhar para ele, porque tem uma profundidade no assunto, é bem interessante. Ele gosta de tudo.
A sua filha, Flor, está com cinco anos. Ela gosta de cozinhar? Já participou de algum episódio do programa com você?
A Flor adora me ajudar na cozinha, ela come superbem e cozinha superbem. Adora! Ela me acompanha desde pequena. A Flor gravou um episódio do Dia das Crianças em que ela e outras várias amiguinhas me ajudaram. Ela adorou participar. Fizemos lanchinhos saudáveis para as crianças. Ela estava bem solta no set, foi bem legal.
Você já pensou em ser atriz ou cantora?
Eu sempre fui muito tímida, tanto que as pessoas às vezes confundem timidez com antipatia; eu já passei por antipática várias vezes, porque sou muito, mas muito tímida. O programa tem até me ajudado a me soltar mais. Acho que a gente gosta de falar de uma coisa que a gente sabe; aí a gente ganha confiança para poder falar, e se solta mais. Mas se eu tivesse que exercer o trabalho de uma atriz, por exemplo, a coisa seria bem mais difícil (risos).
Na dieta que você sugere não existe alimento proibido. Como isso funciona?
A comida vai ser sempre nossa amiga. Acho que em uma alimentação saudável não existe alimento proibido. Acho que a gente deve consumir de tudo, contanto que a gente respeite a reação do seu organismo. Em uma alimentação saudável nada é proibido: você só tem que saber quanto, quando e como comer. Se você tem esses critérios todos, pode comer de tudo.
Você também não conta calorias?
Não. Porque acho que nenhuma caloria é igual. Por exemplo, 100 calorias de chocolate não são iguais às 100 calorias de um brócolis ou às de 100 calorias de uma couve.
Qual é a dieta ideal?
Depende de cada pessoa. Você comer uma comida saudável sem sentir prazer nenhum não é legal. Você comer só pelo paladar, mas acabar com o corpo fisicamente, também não é legal. Acho que a gente tem que achar esse equilíbrio.
A alimentação que você propõe ajuda a emagrecer?
Alimentação saudável coloca você no seu peso ideal. Se você está magro, engorda, e se está gordo, emagrece. É uma culinária que dá para o corpo o que ele pede e de que necessita. Comendo assim, você está muito menos apto a cometer exageros. Ninguém se empanturra de brócolis, ninguém se empanturra de couve-flor, de vegetais em geral… (risos) As pessoas gostam de exagerar na batata frita, no hambúrguer. Essa (a saudável) é uma comida que satisfaz muito, por isso não tem como engordar. Agora, obviamente, se você comete pecados aqui e ali, engorda.
A cozinha onde você grava o programa tem um formato de integração com a sala. Na sua casa também é assim?
O programa é gravado na casa dos meus pais, no Rio de Janeiro. Desde pequena os meus pais adoram receber gente em casa. Tanto que eu herdei isso deles e, quando a gente morava em Nova York, eu fazia aniversário de mês pra minha filha para receber os amigos. E cada mês aumentava o bolo. Eu fazia o bolo de um mês com um andar, o de dois meses com dois andares e assim foi indo. Para poder receber as pessoas. Na casa do meus pais, todo domingo era uma festa, tinha almoço na casa deles. A casa sempre vivia cheia; os meus pais são muito família e gostam muito de receber amigos. Até hoje é assim. Então eu acho que a cozinha é o melhor lugar da casa; os encontros acabam na cozinha por isso que eu acho que deve ser uma cozinha sociável.
Qual é o seu maior sonho?
Tenho tantos sonhos! Mas o meu sonho é acabar com a fome no mundo, e acho que isso está próximo. Eu digo isso porque a gente está caminhando cada vez mais para um sistema alimentar melhor; então eu vejo esse meu sonho sendo realizado no meu tempo de vida.
Qual o seu prato preferido e a sua bebida preferida?
Eu amo comer! São tantos! Farofa, acarajé, abará (um bolinho de feijão-fradinho moído cozido em banho-maria embrulhado em folha de bananeira), caldinho de sururu. Para beber, gosto de caipirosca de siriguela sem açúcar (entre as bebidas alcoólicas) e de todos os tipos de chá.