Cresci vendo-o no árduo sacrifício
De prover nosso honesto e pobre lar,
Vendo-o a amar a pobreza, a odiar o vício;
Vendo-o a sofrer sem nunca blasfemar.

Se a vida o bem lhe paga com o suplício,
(Que a ingratidão da vida não tem par),
Ele, de ódios perversos sem resquício,
Só possui alma para perdoar.

É dele que me vem essa ternura
Com que amo o pobre e a alheia dor contemplo.
E esse estóico desdém pela amargura…

Pai, meu altar, meu ídolo, meu templo,
Deste-me tudo, dando-me a ventura
Do tesouro maior do teu exemplo!…

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