Nas horas de desânimo e desgosto,
Sinto essa mão macia, carinhosa,
Maternal, que me afoga as mãos e o rosto,
Perfumada de sândalo e de rosa.

Se me ponha a cismar, o sol já posto,
Exausto dessa via dolorosa,
À cabeça cansada dá-me encosto
E o suor me enxuga a doce mão piedosa.

Tanto falei das mãos nos meus poemas!
Agora, esta me vem mostrar estrelas,
– No manto azul do céu doiradas gemas, –

Num gesto de carinho e de piedade,
Pura entre as puras, bela entre as mais belas,
A MÃO NEVADA E FRIA DA SAUDADE…

Deixe um comentário